25 histórias de experiências mais assustadoras de mergulhadores
Ser mergulhador parece um desses trabalhos super interessantes e, ao mesmo tempo, assustadores. Isso foi comprovado por eles mesmos quando responderam à seguinte pergunta do usuário do Reddit u/ahelpfuljakeparkmain: “Mergulhadores, quais são suas histórias de terror?” e compartilharam experiências de arrepiar.
Preparem-se, pois aqui estão as 25 experiências mais surreais que as pessoas já tiveram enquanto mergulhavam:
1.
“Eu tava a 18 metros de profundidade, e o oxigênio parou de funcionar. Senti um sabor estranho, doce e metálico, e eu comecei a perder a consciência. Comecei a subir e puxei meu compensador de flutuabilidade e, quando tava a 6 metros da superfície, desmaiei.”
“Quando acordei, tava sendo levado para o barco de mergulho. Estourei os dois tímpanos e nunca mais consegui mergulhar. Tive sorte pra caralho, poderia ter me afogado.”
—u/Nolsoth
2.
“Quando tinha 15 anos, peguei o barco da família e mergulhei sozinho perto dos recifes para clarear a cabeça. Esse foi o meu primeiro erro. Eu tava a cerca de 27 metros de profundidade, mas marcava só 18. Daí vi um tubarão-mako vindo na minha direção. Pra quem não sabe, eles são tipo os guepardos do oceano. Eles só têm dois modos de velocidade: curioso (inofensivo) e caça (muito perigoso). Esse cara tava no modo caça. Então, como tinha sido treinado, flutuei, já que não tinha como escapar.”
“Hoje em dia, a gente mergulha com Shark Shields, que emitem ondas eletromagnéticas que assustam os tubarões e os fazem manter distância, mas, na época, só tinha uma manga protetora com gosto de metal, então, se você desse o braço, o animal mordia, via que você tinha gosto ruim e ia embora. Então esperei ele vir e fiz o movimento perfeito pra dar o braço pra ele. Mas, um pouco antes da mordida, me dei conta de que eu tinha deixado a manga em casa. Eu tinha uma faca na mão, mas, naquela hora, eu já estava com muitos problemas.
Fiquei com uma ferida ENORME aberta no braço dentro d’água e o sangue jorrava pra todos os lados. Depois que o choque passou, me dei conta de que tava no mar, e que água salgada e feridas não combinam. Em pânico, soltei meu cinto de lastro e fui pra superfície sem esperar. Como eu não tava prestando atenção nas correntes, eu fiquei a cerca de 500 metros do barco, ou seja, eu precisaria nadar até ele.
Então, eu acabei correndo pra praia só com um torniquete para estancar o sangramento. Resumindo, todo o azar que tive, causado por mim mesmo, resultou em 172 pontos e muita fisioterapia, porque o tubarão mordeu meu tríceps e o arrancou, deixando cicatrizes facilmente identificáveis pelo resto da vida. Ah, e eu também perdi a faca favorita que tinha sido um presente do meu falecido avô.”
—u/OneDumbDiver
3.
“Quinze anos atrás, a gente tava mergulhando num grupo de quatro pessoas: dois deles eram novatos, eu, que tinha mergulhado umas 80 vezes, e o líder. A gente tava nadando em formato de diamante, comigo na retaguarda. Um dos novatos tava todo atrapalhado com a câmera, queimando o oxigênio e causando agitação na água. Ele deixou a câmera novinha em folha cair, ela flutuou pra cima e se prendeu no snorkel dele, mas ele não viu. Então ele começou a nadar em direção à superfície, imagino eu, tentando recuperar a câmera. Eu agarrei a nadadeira dele e o puxei pra baixo. Fiz sinal para ele parar e se acalmar. Desprendi a câmera e entreguei pra ele. Mas ele não se mexeu. O regulador caiu da boca dele. Os olhos estavam bem abertos, mas sem reação.”
“Eu reconectei o regulador e, sem saber o que fazer, procurei o líder, mas ele não tava mais lá. Por algum motivo, eu não conseguia alcançar meu sinalizador enquanto segurava o mergulhador e o regulador dele. Comecei a entrar em pânico, então decidi levá-lo para cima o mais rápido possível. Ele tinha epilepsia. Descobri isso depois de cerca de 20 metros, quando ele começou a ter uma convulsão. Ele ficou preso no meu equipamento e chutou o meu inflador do meu compensador de flutuabilidade, e eu fiquei sem ar.
Sinceramente, não lembro muito dos próximos minutos. Mas me lembro de soltá-lo e vê-lo escorregar pra baixo enquanto as bolhas do meu inflador subiam. A próxima coisa que eu me lembro é do barulho do meu pulso apitando. Era um computador de mergulho barato que tinha um alarme de profundidade e que começou a me causar pânico quando passei dos 35 metros. O inflador se conectou ao compensador de flutuabilidade de novo, e eu ainda tinha oxigênio. Mas não tinha ninguém ao redor de mim. Comecei a nadar pra superfície devagar, em choque, quando a corrente fez o líder passar por mim. Ele me segurou e levou com ele. Fiquei aliviado de ver que ele também tava segurando o novato que teve a convulsão.
No barco, eles chamaram o resgate. Ele ficou em descompressão por alguns dias, acho. Mas ficou tudo bem. Fiquei sabendo disso porque, quatro dias depois, o cara foi pego tentando mergulhar de novo com outra empresa. E eu fiquei com água entre o ouvido e a garganta, senti dor e medo, mas fiquei bem.”
—u/EvilFin
4.
“Eu sou mergulhador de resgate. Mergulhei num buraco azul nas Bahamas, e um mergulhador desapareceu. Depois de uma ou duas horas procurando, voltei ao buraco azul para ver se havia sinais dele. Vi o reflexo do relógio dele perto do fundo. Comecei a descer para resgatar o corpo e, no caminho, me dei conta de que o ‘fundo’ era um cardume de tubarões, que provavelmente estava lá para acasalar.”
“Eram tantos tubarões que não dava pra ver o fundo. Eu desci na escuridão, peguei o braço dele e comecei a subir. Os animais nos seguiram e ficaram nos rondando. Eu tive que fazer uma pausa a cerca de 20 metros pra não sofrer descompressão. Eu tava cagado de medo. Passei uns oito minutos a 20 metros da superfície cercado de tubarões enquanto segurava um cadáver.”
—u/keithbah
5.
“Eu estava fazendo mergulho na praia com meus pais. Nós nadamos da praia até um pequeno recife e começamos a descer. Depois de alguns minutos, vi que algo estava errado. Minha mãe ficou agitada e apertava o próprio peito. Fomos pra superfície, e um líquido escuro começou a jorrar da sua boca. Felizmente, a praia tava cheia e, depois de inflarmos a bóia de emergência, os salva-vidas correram para resgatá-la e, quando chegaram à praia, tinha uma ambulância aguardando. No final das contas, ela teve edema pulmonar induzido pelo aumento da pressão.”
“Tudo ficou bem, mas passar por uma emergência embaixo d’água, no oceano, é mais assustador do que o normal. Não era nem um mergulho profundo, mas foi um dos momentos mais aterrorizantes da minha vida.”
—u/FirekeeperBlysse
6.
“Eu tava mergulhando com uma amiga a cerca de 25 metros de profundidade, quando o compensador de flutuabilidade, velho pra caramba, começou a inflar sozinho. Isso já tinha acontecido comigo antes, mas só desconectei a mangueira de ar e segui a vida. Ela não teve essa ideia e nem teve tempo de fazer isso, daí ficou de cabeça pra baixo, chutando pra tentar não subir e, nos segundos que levei pra me dar conta disso, ela atingiu a superfície.”
“Eu fui atrás dela, mas não subi rápido demais. Mesmo assim, o meu computador de mergulho ficou apitando e me alertando. Quando nos encontramos lá em cima, perguntei por que ela não usou a válvula de descarga, já que ela era experiente e deveria saber disso. Daí vi que a cordinha que puxa pra abrir a válvula não tava ali, então era impossível fazer a descarga de ar conforme a orientação que recebemos nos treinamentos.
Durante o mergulho, é necessário subir pra superfície aos poucos, senão, sob pressão, o sangue e os tecidos do corpo podem reter mais gases dissolvidos (principalmente nitrogênio inerte do ar comprimido) do que quando estamos na superfície. Ao subir, os gases dissolvidos devem se transformar em gases de novo. Quando subimos devagar, é só continuar respirando. Mas, quando subimos rápido demais, eles se transformam em bolhas de gás nas suas artérias e nas veias antes de serem expelidos. Isso causa embolia e doença de descompressão.
Verifique seu equipamento antes de utilizá-lo! Fiquei bem preocupado achando que ela sofreria com a descompressão, mas ficou bem.”
—u/Kytescall
7.
“Uma vez, meus pais visitaram o México e foram fazer mergulho. Minha mãe tava um pouco abaixo do meu pai, olhando pro fundo do oceano. Ela tava com um colar de ouro, que ficava flutuando na água ao redor dela. O dia tava ensolarado e o mergulho não era profundo, então a água tava cristalina. Minha mãe tava olhando pra baixo e observando todos os bichinhos, daí meu pai agarrou o braço dela e começou a balançar loucamente pra chamar a atenção dela. Ela olhou pra cima e tinha uma barracuda logo na frente dela, encarando o colar brilhante.”
“Bem devagar, ela moveu a mão para cobrir o colar e sair de perto, daí a barracuda foi embora. Mesmo assim, a experiência foi bem perturbadora, e minha mãe aprendeu a ficar mais consciente do seu entorno quando tá mergulhando.”
—u/El-Ahrairah9519
8.
“Eu fiquei com descompressão uma vez. Tive cuidado e segui meus gráficos e meu computador. Tinha profundidade e tempo superfície apropriados, mas não tinha tomado água o suficiente, então fiquei fora de sintonia. Tava me sentindo bem até chegar em casa e ficar com uma dor de cabeça leve. Daí dormi e, quando acordei, comecei a sentir dor no braço esquerdo, nos cotovelos e nos dedos. Fui correndo pro hospital.”
“Os médicos me deram medicamentos, me hidrataram e verificaram meus registros de mergulho enquanto a câmara de descompressão era configurada. Entrei lá com uma enfermeira. Fiquei oito horas num tubo com o comprimento de um carro e com a largura tipo de uma cama de casal. Recebi oxigênio e medicação intravenosa, passei um tempão ouvindo o barulho altíssimo do ar entrando. Assim que eu cheguei na ‘profundidade’ adequada, a dor desapareceu. Foi muito louco.
Estou bem agora. Não pude mergulhar por um mês, o que foi chato… Mas o mergulho foi incrível.”
—u/LtCdrPetrel
9.
“Fui mergulhar num lago com um grupo de mergulhadores de caverna bem mais avançados do que eu. Eu estava conduzindo o grupo, me acostumando com a pressão e as responsabilidades de levar a procissão, enquanto eles me orientavam. A visibilidade era péssima, impossível navegar com um compasso, então seguimos uma linha que outros mergulhadores colocaram. Cada linha ia de um item naufragado a outro. Eu sabia que tinha que chegar num pequeno barco afundado, mas não lembrava qual. Tinham vários parecidos numa fila com o mesmo estado de decomposição. Eu fui o primeiro do grupo a chegar num dos barcos e vi uma bota preta pra fora. Parecia nova, diferente de outras coisas que a gente encontrava no fundo do lago. Era difícil de ver por causa do lodo na água. Então, eu toquei na bota, achando que tava solta, mas não consegui mexê-la, como se tivesse presa a algo pesado. Então enfiei mais minha mão e comecei a sentir uma perna, a calça, a panturrilha. Depois, senti a segunda perna.”
“Me virei e fiz um sinal de emergência pro grupo atrás de mim. Todo mundo fez cara feia, ninguém queria subir, mas existe uma regra de que se uma pessoa diz pra subir, todos devem abortar a missão, sem perguntas. Eles queriam que eu explicasse com sinais o motivo, mas existe um sinal para ‘cadáver’? Me apressei pra chegar à superfície, mesmo tentando ficar calmo e ir devagar. Daí chegamos na superfície, eu era pura adrenalina, não conseguia respirar direito. Então disse pra eles que tinha um cadáver lá embaixo. Às pessoas reviraram os olhos quando viram que eu tava falando sério. Descrevi com detalhes o que vi e descemos. Quando localizamos, ficamos sem saber se seguíamos adiante ou voltávamos, pois havia vários barcos na linha, e ninguém sabia em qual deles o corpo estava e por qual distância nos movemos enquanto ficamos na superfície. Claro que verificamos todos os barcos antes de encontrar o certo. Então, o líder de sempre entrou na cabine do barco e nós esperamos. Ele foi bem corajoso naquela hora, só entrou. Depois, saiu de uma nuvem de lodo e disse pra subirmos.
Juntando as informações que recebemos depois: parece que a polícia tava fazendo um treinamento de resgate no mesmo lago no mesmo dia. Quando foram almoçar, decidiram enfiar o boneco de borracha anatomicamente idêntico a um ser humano num dos barcos pra guardá-lo num local seguro.”
—u/texasguy911
10.
“Fui fazer mergulho um dia antes de um furacão atingir uma pequena ilha do sul do Pacífico. Do nada, uma cobra do mar preta e branca venenosa se enrolou no meu braço.”
“Parece que isso acontece de tempos em tempos antes de grandes tempestades. Eles conseguem sentir e procuram coisas próximas da praia pra não precisar fazer tanto esforço para sair do mar. Quando cheguei no raso, ela desenrolou e foi pra praia, onde se escondeu debaixo de uma árvore frutífera.
Achei que ela fosse me matar com uma picada… Mas eu só tava dando uma carona pra um réptil apressado.”
—u/Specialist_Celery
11.
“Quando tava tirando licença de mergulho, a gente tinha que praticar procedimentos de emergência para se ficasse sem ar. Quando a gente chegou no fundo (cerca de 10 metros), a instrutora sinalizou pra eu e um colega fazermos a simulação. Existem alguns sinais que você deve fazer, tipo cortar o pescoço com o dedo. Depois de pegar o ombro da instrutora e colocar a reserva de ar na boca, a gente fez os sinais necessários e simulou a subida devagar e controlada, parando no meio do caminho pra evitar descompressão. Tudo certo, descemos de novo. Agora seria a vez do meu colega simular a subida de emergência. Mas, quando estavam ajeitando as coisas pro treinamento, percebi que tava cada vez mais difícil de respirar. Olhei pro meu manômetro, e ele tava zerado.”
“Até esse momento, eu até tava relaxado, porque sabia exatamente o que fazer, pois tinha acabado de praticar. Então sinalizei que tava sem ar, mas a instrutora dizia que não e indicava que era a vez do meu colega fazer o treinamento.
Nessa hora, eu já tava quase sem nenhum oxigênio. Daí continuei a fazer o sinal de cortar meu pescoço cada vez mais desesperadamente, mas ela começou a responder da mesma maneira. Então peguei meu medidor, mostrei pra ela e agarrei a reserva de ar dela. Aí a instrutora removeu o oxigênio que tava usando e enfiou na minha boca (fazendo diferente do treinamento, e aí eu comecei a entrar em pânico).
Sem querer, ela arrancou os óculos do meu rosto e eu levei água gelada na cara e não consegui enxergar mais nada. Então entendi que teria que inflar meu colete manualmente. Eu precisava nadar cerca de 20 metros até o cais, então comecei a subir enquanto ela ia resgatar meu colega. Nesse meio tempo, ele tava surtando no fundo do oceano. Ela acabou perdendo uma das nadadeiras. Depois de voltar ao cais, nós tiramos o resto do dia de folga. A instrutora foi buscar meus óculos e a nadadeira.
Eu odeio pensar o que teria acontecido se eu tivesse ficado sem ar por mais 30 segundos, sozinho lá embaixo enquanto a instrutora e o colega nadavam até a superfície. Até completei o curso, mas só fui mergulhar uma vez depois disso. Tive um ataque de ansiedade no último mergulho e decidi que talvez scuba diving não seja pra mim.”
—u/aeoiu
12.
“Eu fiz mergulho livre numa profundidade de cerca de 50 metros no Buraco Azul Dean’s nas Bahamas. Nunca tinha passado de 30 metros de profundidade no mergulho livre, mas esse era o lugar perfeito pra isso, pois não tinha corrente, e eu tinha cordas que me mantinham alinhado e que eu podia usar pra me puxar pra cima. A parte assustadora é que, depois de uns 20 metros, uma força te puxa com força pra baixo, então você vai pra baixo sem fazer nada e sem usar quase nada de ar. Daí eu fiquei meio tonto e, do nada, senti uma pressão, como se minha traqueia fosse romper.”
“Daí eu acordei e me dei conta de que tava na corda de quase 50 metros. Foi um momento muito assustador, pois eu não sabia se meu corpo conseguiria aguentar aquela profundidade ou se eu tinha ido longe demais e se teria oxigênio o suficiente pra voltar, que é um processo bem mais lento e exige muito mais ar.”
—u/Jollerway
13.
“Aos 16 anos, fui fazer mergulho em Granada, no Caribe, num navio naufragado, quando tava fazendo treinamento pra me tornar instrutor. Acho que tava a uns 20-30 metros de profundidade. O instrutor disse que poderia haver tubarões. Quando estávamos lá embaixo, ele entrou num buraco e eu o segui, mas arranhei minha mão numa das bordas, abri uma ferida e vi o sangue jorrando tipo no filme ‘Tubarão’. Minha respiração ficou pesada, imaginando que era óbvio que agora um tubarão viria me comer, mas continuei nadando com a mão fechada pra tentar estancar o sangramento.”
“Depois de cerca de 10 minutos, todos tinham se espalhado pra explorar, e eu fui ver quanto de ar ainda tinha. O medidor mostrou que eu tava quase sem nada de oxigênio. A única pessoa que me enxergava era o meu irmão, que tinha mais experiência que eu. Ele me viu e nadou bem rápido em direção ao instrutor, que estava lá longe. Eu fiquei só olhando, sem saber o que eu fazer, naquela hora esqueci totalmente dos treinamentos que fiz.
Quando o cara chegou, tudo ficou bem. Usei a máscara reserva dele, nadei pra superfície usando o ar dele e esperei o cara do barco me buscar e descer. Tudo ficou bem no final das contas, mas eu me lembro de estar lá em cima e ainda achar que um tubarão ia aparecer e me comer. Acho que fiquei com mais medo dos tubarões do que com a falta de ar, apesar desse ser o problema maior. Além disso, eu ainda fiquei de cara porque perdi de ver uma enguia feiosa que todo resto do pessoal viu.”
—u/milksy27
14.
“Eu tive duas experiências com mergulho de cavernas, e uma delas me fez ficar sem entrar na água por quase um ano. Primeiro, perdemos nosso fio-guia. Tivemos que voltar pelo mesmo caminho e entrar em algumas câmaras até encontrar. Depois, meu colega de mergulho e eu ficamos sem ar. Nós planejamos um mergulho de duas horas e tínhamos o dobro da quantidade necessária nos tanques, mas levamos tanto tempo procurando o fio-guia que precisamos usar as reservas de emergência.”
“Nada é mais assustador do que não ter certeza de quanto tempo você precisa nadar num local fechado sabendo (e fazendo contagem regressiva) que você só pode respirar mais 50 vezes.”
—u/KI6WBH
15.
“Eu tinha uns 14 anos na época e não tinha muita experiência com mergulhos, mas ficava confortável mergulhando. Meu pai, meu irmão e eu fomos pra uma área de mergulho a uns 45 minutos de distância, e eu comecei a me sentir mal. Decidi acompanhá-los de qualquer forma, coloquei meu tanque e minhas nadadeiras e entrei na água. Descemos cerca de 20 metros, e eu comecei a vomitar no meu regulador. Retirei o regulador e continuei vomitando na água. Enquanto isso, um monte de peixes ficaram ao redor de mim, comendo meu vômito.”
“Naquela hora, foi bem assustador ficar sem saber o que fazer, já que ninguém tava perto de mim. Eu tirava o regulador, inspirava e vomitava, e assim por diante. Mesmo assim, ninguém percebeu, e eu continuei no mergulho. No final das contas, eu tive uma infecção alimentar no pior momento possível e o enjoo marítimo não ajudou.”
—u/some-guy12
16.
“Aos 13 anos, fomos fazer mergulho à deriva no México num barquinho com motor de popa. Depois que voltamos à superfície, o barco não tava lá pra nos buscar. Não tinha terra firme ao nosso redor e tivemos que enrolar por algumas horas. Começou a anoitecer e esfriar com as ondas. Nós também não tínhamos luzes ou outro jeito de sinalizar alguém.”
“Do nada, o barco apareceu, e o cara parecia chocado. Parece que ele nos encontrou sem querer quando tava voltando pra chamar outro barco pra tentar nos encontrar. Eu sempre me perguntei como aquilo pode ter acontecido.”
—u/sortaserious
17.
“Numa das primeiras vezes que mergulhei, as condições eram uma merda. Tinha uma corrente forte e tanta areia/resíduos que só dava pra ver a 30cm de distância. Por algum motivo, o divemaster achou que ‘ia dar tudo certo depois que a gente atingisse 12 metros de profundidade’. Nós começamos a descer num fio-guia e, depois de chegar a uns 16 metros, eu e meu irmão não enxergamos mais ninguém do grupo. Esperamos no final do fio-guia por uns dez minutos e ninguém aparecia, então achamos que o eles tinham ficado na superfície. Subimos e encontramos um cara confuso na bóia salva-vidas. O barco não tava mais lá.”
“Parece que tinha tantos problemas que o barco saiu de perto pra que as ondas não o jogassem em cima de nós, mas elas tavam tão grandes que o barco não conseguiu nos localizar de novo. Nós flutuamos por cerca de uma hora antes de conseguir chamar a atenção do barco e sermos resgatados. De longe, o pior enjoo marítimo e a pior desidratação que já experienciei.”
—u/DankHolland
18.
“A gente entrou numa lancha pequena e fez uma viagem de cinco minutos até um barco que tava com todo o equipamento. Mas, em vez de usar uma máscara de scuba pra respirar, colocaram um capacete pesadíssimo na nossa cabeça. Eu fui primeiro, e o procedimento era bem direto: eles colocavam o capacete em mim e, nesse mesmo segundo, eu começava a sentir o peso dele me empurrando pro fundo do oceano. Meus amigos seguiram o meu exemplo e, em seguida, um homem desceu pra ser nosso guia. Enquanto eu respirava, havia um som alto e constante de água no tubo. Era irritante, mas significava que eu tava recebendo ar, então ótimo. Só que, justamente por isso, quando o som parou, foi bem apavorante. Eu fiquei confuso, mas depois de uns quatro segundos, ele voltou e eu pude respirar de novo. Eu racionalizei, imaginando que meu tanque devia ter terminado e que tava trocando pro outro, nada demais.”
“Depois de uns 10 minutos, o guia apontou pra mim e fez um sinal de que queria que eu passasse por cima do corrimão. Eu não conseguia ter uma visão periférica com a máscara, então era fácil se perder. Olhei pra trás pra garantir que meus amigos tavam vendo pra onde eu tava indo. A gente fez contato visual, então imaginei que tava tudo certo e me virei de costas pra seguir o guia. Ele me fez caminhar num caminho minúsculo entre dois corais, então fui bem devagar pra evitar cortar minhas pernas neles. Era difícil por causa da corrente forte, do meu capacete pesado e dos puxões do tubo de ar quando eu puxava.
Quando cheguei no guia, meu ar parou de novo. Achei que não era nada demais, como nas primeiras duas vezes e continuei. Pensei: ‘Não entre em pânico. Eles sempre dizem pra não entrar em pânico’. Entrei em pânico. Minha respiração começou a ficar cada vez mais rápida, mas me forcei a desacelerar: eu sabia que essa era a pior coisa que eu podia fazer. Me virei pro guia e comecei a bater no meu próprio peito: esse é o sinal pra avisar que você não tá conseguindo respirar. Ele pareceu perceber e começou a nadar. Eu só esperava que ele estivesse me levando pro barco. Comecei a ver que, a cada inspiração, eu tava recebendo menos oxigênio, e que tava entrando água no capacete. Eu tinha que olhar pra cima pra conseguir respirar o restinho de ar disponível. Me agarrei no braço do guia pra não me perder dele e pra que ele entendesse a gravidade da situação. Aí eu vi a escada do barco e soube que tudo que eu precisava era chegar até lá que tudo ficaria bem.
Eu devo ter sido tomado por uma adrenalina com a esperança renovada, porque quase esqueci da falta de ar. Me afobei pra alcançar a escada por alguns segundos antes de encostar nela de fato e comecei a subir. Quando cheguei na superfície, o ar entrou no meu capacete, e eu respirei fundo. Respirar nunca foi tão bom. Essa foi, com certeza, a experiência mais aterrorizante da minha vida. Nota 1/10, não recomendo.”
—u/ComplexMuffin
19.
“Conheci um cara que tava mergulhando no oceano pra pegar lagostim/lagosta, que se escondem debaixo de pedras. Daí, um tubarão-tigre saiu de uma gruta e o atacou, quebrando os braços e costelas dele.”
“Ele conseguiu escalar nas pedras antes de que mais coisas pudessem acontecer. Ele disse que o tubarão tava só testando ele.”
—u/Storm_Cutter
20.
“Depois de um dia mergulhando na Monterey Bay, na Califórnia, nos planejamos fazer um mergulho noturno. Eu tava comemorando meu aniversário com dois amigos junto com um grupo grande de mergulhadores. Meus amigos tavam cansados demais, e eu também, mas fui convidado pra ir junto com outro grupo de pessoas cujos amigos também tinham decidido ficar no barco. Aí segui meu novo amigo entre as algas marinhas e meu tanque ficou preso em uma delas. Tentei puxar, mas consegui piorar a situação e me enroscar tanto que não consegui mais me mexer.”
“Fiquei apontando minha lanterna pra todos os lados, procurando o meu colega de mergulho, mas não o encontrava de jeito nenhum. Depois do que pareceram algumas horas, mas devem ter sido apenas minutos, senti que tava me soltando e vi que ele tava cortando as algas com uma faca. Fiquei tão exausto depois daquilo que, quando chegamos à superfície, ele teve que me guinchar e me colocar no barco.”
—u/duct_tape_jedi
21.
“Eu tive um colega de mergulho que ficou sem ar num navio naufragado em St. Lawrence, no Canadá. Por sorte, a gente não tava dentro do navio, mas o que tornou tudo isso mais difícil foi que a gente tava no meio de uma rota de navegação onde as correntes eram muito fortes, então não dava pra subir fácil pra superfície. Tivemos que nadar ao longo de várias cordas colocadas por mergulhadores para que tivessem onde se segurar e se estabilizar durante o caminho de volta pro cabo de ancoragem. A gente tava saindo e tudo tava indo bem. Ele tava à frente, na minha mangueira longa, e eu tava com a mão no joelho dele, então tava em contato. Daí, por um momento, soltei o joelho dele pra mexer no equipamento e, nessa fração de segundo, ele caiu do cabo e foi pego pela corrente, arrancando meu regulador da boca dele.”
“Eu vi que ele conseguiu segurar uma das cordas e ficou pendurado, de cabeça pra baixo, numa rota de navegação, sem regulador na boca e sem oxigênio no tanque, balançando como uma bandeira ao vento. Eu fui na direção dele o mais rápido que pude tentando manter minha própria segurança e busquei a mangueira solta e o regulador no caminho. Alcancei e coloquei o regulador na boca dele, mas, como ele tava de cabeça pra baixo, ela ficou virada e não funcionou como devia. Ele conseguiu arrumar isso, mas se soltou da corda fazendo isso. Consegui pegá-lo, mas, ao mesmo tempo, também me soltei, então acabei ficando pendurado pelos pés pra que nós dois ficássemos no lugar. De algum jeito, eu consegui nos puxar pra onde conseguíamos pegar a corda.
Nessa hora, outro mergulhador viu o que tava acontecendo e nos ajudou. A partir daí, conseguimos voltar pro barco sem mais incidentes.”
—u/doofthemighty
22.
“Eu tava a cerca de 5 metros de profundidade e vi uma ponta arrebentada de uma corda de ancoragem na lama. Imaginei que aquilo era valioso, peguei a corda, botei cada pé de um lado dela e puxei. Em vez da âncora ir para cima, minhas pernas afundaram na lama até a metade da coxa. Usei quase todo ar dos meus pulmões pra me soltar e voltar pra superfície.”
“Depois, me dei conta de que, se não tivesse conseguido me soltar sozinho, teria morrido lá e ninguém ficaria sabendo o que aconteceu comigo. Lembrar disso ainda me assusta até hoje.”
—u/capilot
23.
“Eu tava fazendo um mergulho profundo a cerca de 5 metros da costa de Nova Iorque e tinha um pai e um filho mergulhando também. Depois de 10 minutos lá embaixo, decidi subir pra diminuir a descompressão. Depois de 50 minutos, o pai e o filho ainda não tinham subido, então o capitão me mandou verificar se tava tudo bem. Quando desci, o filho tava preso debaixo de um pedaço de metal, e o pai tava desesperado tentando tirá-lo de lá. Depois que ajudei a tirar o metal de cima do filho, percebi que eles tavam em pânico. Com uma quantidade perigosa de nitrogênio no corpo, a pior coisa que ele poderiam fazer seria nadar rápido pra superfície. Se fizessem isso, eu sabia que eles iam morrer por causa da descompressão.”
“Fomos pra linha de ancoragem, e eu tentei ajudar os dois a respirarem, porque eles não tinham muito ar. Depois do pai respirar fundo, o filho perdeu o controle e nadou rapidamente pra superfície. O pai tentou segui-lo, e eu tentei impedi-lo de fazer isso segurando o compensador de flutuabilidade enquanto meus pés estavam presos ao cabo. Infelizmente, ele escapou e correu em direção ao filho.
Na superfície, todos sabiam que as coisas não estavam nada bem. As ondas estavam com cerca de 3 metros e estava difícil de voltar a bordo. Na hora que os dois chegaram ao barco, o pai estava praticamente morto e, depois de ficar com o corpo ficar paralisado, ele perdeu a consciência. A guarda costeira chegou de helicóptero, mas o pai já estava morto. O capitão exigiu que levassem o filho imediatamente e o colocassem numa câmara. Eles se recusaram e gastaram um tempo precioso colocando o corpo do pai no helicóptero, o que foi bem difícil por causa do peso e do balanço. Na hora que levaram o filho pra câmara, ele também já tinha morrido.”
—u/corneliuspildershidt
24.
“Eu era um divemaster num liveaboard nas Bahamas em 1992. O barco era grande e de ferro, e tinha sido transformado num barco de mergulho. Não existiam bóias de amarração na época, então a gente pegava uma linha com um gancho, amarrava na base de um coral e prendia nele mesmo. Então eu passei a linha em torno do coral e prendi. Saí, olhei por cerca de um minuto e fiquei satisfeito, achando que ia segurar e que não ia destruir o coral. Depois do mergulho, comecei a subir no coral pra voltar pra superfície. Quando passei por cima do coral, o barco balançou, o gancho quebrou, girou e veio em minha direção como se tivesse saído de um canhão. Eu tava olhando pra baixo quando isso aconteceu e, mesmo se não tivesse, eu não teria como fazer nada, só assistir à cena como se tudo estivesse em câmera lenta.”
“Por algum tempo, eu tive o hábito de prender o computador de mergulho ao meu BC no meu peito. Isso evitava que ele fosse pra trás de mim ou batesse nas coisas e garantia que ele sempre tivesse à mão. Por nada menos do que sorte, o gancho me atingiu no peito, direto no computador. Destruiu o aparelho, bateu na minha máscara bem onde estaria olho esquerdo, tirando ela do meu rosto e seguiu seu rumo.
Não fiquei com nenhum arranhão ou machucado. Eu podia ter sido atingido no coração ou no olho esquerdo ou até comprometido minha reserva de ar. De algum jeito, eu me safei de tudo isso e consegui subir até a superfície usando quase todo meu tanque de oxigênio por estar hiperventilando.”
—u/spiel2001
25.
E, por último: “No meu aniversário de 17 anos, meu pai me levou pra fazer pesca submarina. Eu tava a cerca de 25 metros de profundidade, acima de um navio naufragado de uns 13 metros, então o fundo tava a cerca de 35 metros de distância, quando eu atirei no maior peixe da minha vida. Eu era burro, então amarrei a linha do meu arpão no meu pulso pra conseguir puxar o peixe até mim. Ele era muito maior do que eu e começou a flutuar pra superfície. Então ele me puxava pra cima e pra baixo, enquanto meu computador de mergulho gritava pra eu me acalmar. Meus níveis de nitrogênio estavam aumentando mais rápido do que deveriam. Por fim, o peixe nadou pra baixo em direção ao navio naufragado onde estávamos, e eu consegui prender minha arma numa viga do casco enferrujado. Parei pra respirar por um segundo e me dei conta de que estava prestes a desmaiar. Parecia que meus ouvidos iam explodir por causa das alterações de pressão, e minha máscara tava cheia de sangue, porque um vaso sanguíneo do meu nariz estourou durante a briga. Eu devia ter morrido.”
“A briga cansou o peixe, ele não conseguia se soltar puxando forte. Eu peguei minha faca e comecei a nadar em direção a ele. Ele tava fazendo círculos mais preguiçosos e fracos. Quando cheguei perto, vi que ele tava quase se desprendendo da lança. Eu teria que puxar a lança e prendê-lo melhor, mas, quando toquei nele, ele ficou doido. Era como se a briga tivesse acabado de começar. Eu me segurei nele com as pernas como num rodeio e tentei achar um lugar pra enfiar a faca. Enfiei a faca uma vez, mas desviou pro crânio dele. Enfiei mais uma vez, e ele morreu de um segundo pra outro. Eu tava acabado.
Tinha pouco ar e tava exausto. Enrolei a linha na arma e deixei a lança e a faca nele. Subi o mais devagar possível e fiz a maior pausa (de segurança) pra descompressão que minha reserva de ar permitia. Nós ficamos com mais de 30kg de peixe e comemos como reis por dias.”
—u/Tampaburn