Curiosidades

E se a internet parasse de funcionar?

Smartphones, computadores, Smart TV’s, relógios inteligentes, casas que falam e respondem a comandos de voz, carros que se conectam a outros dispositivos, fones de ouvido sem fios… Quantos aparelhos que dependem da Internet você utiliza todos os dias? Você já parou para pensar no que aconteceria caso a Internet deixasse de funcionar?

O grande “boom” da Internet ocorreu nos anos 1990, quando as pessoas começaram a comprar computadores pessoais em maior escala. Quem não se lembra, por exemplo, do ruído irritante que você precisava escutar todas as vezes que se conectava à rede utilizando um discador? Isso sem falar nas vezes em que você teve que esperar até a meia-noite ou às 14h de sábado para poder utilizar a Internet pagando apenas um pulso telefônico. Os mais jovens provavelmente não entenderam absolutamente nada deste parágrafo.

Fato é que desde então a conexão à Internet tem evoluído de forma exponencial, e hoje em dia já faz parte da vida de grande parte da população mundial. De acordo com dados do World Bank, para se ter uma ideia, em 2016, 46,7% das pessoas no mundo inteiro já estavam conectadas à rede (em 1996 este número era de apenas 1,3%). No Brasil, em 2016, mais de 60% população já estava conectada, e se você está dentro desta parcela provavelmente sentiria muito a ausência da Internet caso ela parasse de funcionar.


Mas o que poderia acontecer, de fato, se a Internet fosse simplesmente desligada?

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A começar pelos mais jovens, que praticamente já nasceram em um mundo conectado e interligado, as mudanças no estilo de vida seriam bastante gritantes. Conforme relatado em uma publicação de “O Globo”, em 2017, os jovens estudantes brasileiros gastam em média 190 minutos por dia navegando na Internet em dias úteis. Já nos finais de semana, o tempo de uso ultrapassa os 200 minutos. A reportagem também afirma que 47% dos garotos entrevistados pela pesquisa em questão usam a Internet para o lazer todos os dias.

Em um cenário catastrófico em que a Internet parasse de funcionar, certamente todos esses jovens teriam imensas dificuldades para adaptar seus estilos de vida. Muito mais que os adultos, que viveram grande parte de suas vidas em um mundo nem tão conectado assim.

Mas a vida não seria tão fácil assim para os mais velhos, também. Os problemas da ausência da Internet começariam a nos afetar desde as tarefas mais simples, como a comunicação. Hoje em dia, muito mais do que as ligações telefônicas e as obsoletas correspondências, as pessoas se comunicam por meio da Internet, seja pelo WhatsApp, pelo Messenger ou outros aplicativos. A comunicação entre os indivíduos mudou tanto a partir da extrema popularização da Internet que até mesmo a forma como nos relacionamos emocionalmente e fisicamente foi revolucionada. Quantos casais você conhece, por exemplo, que foram formados pelo Tinder ou aplicativos semelhantes? Sem a Internet, todos precisariam voltar para os bares (mas sem usar aplicativos de transporte!). E ao contrário do que muitos imaginam e defendem, a Internet não faz assim tão mal para a sociabilidade das pessoas. Uma pesquisa realizada em 2007 pela Universidade da Catalunha, na Espanha, concluiu já naquela época que as pessoas que costumavam se conectar à Internet tinham mais amigos, eram menos tristes e depressivas e estavam mais envolvidas de forma geral com a sociedade.


Efeitos na economia

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Sem a Internet, mudaria drasticamente também a forma como lidamos com o nosso dinheiro e com tarefas simples do nosso dia a dia. Segundo dados de 2017 da Febraban, conforme relatou o ‘G1’, 34% das operações bancárias realizadas em 2016 foram feitas a partir do Mobile Banking – serviços bancários realizados a partir de dispositivos móveis conectados à Internet. Não só as pessoas estão cada vez mais realizando suas movimentações financeiras a partir da rede, mas estão fazendo isso utilizando celulares, e não computadores. É inimaginável os transtornos que a ausência da Internet poderia causar dentro do âmbito das finanças e da economia.

Em 2012, um apagão da Internet na região sul do Brasil acabou gerando uma série de inconvenientes em agências bancárias do Paraná, com clientes não conseguindo realizar pagamentos e demais operações bancárias. Na ocasião, caixas eletrônicos pararam de funcionar e obrigaram as pessoas a se aglomerar em filas extensas em lotéricas para pagar suas contas “à moda antiga”. O apagão também afetou drasticamente o funcionamento de lojas, supermercados e estabelecimentos em geral, já que as máquinas de cartão de crédito e débito dependem diretamente da conexão. Isso sem contar o impacto que a falta de Internet causaria nas lojas virtuais (e-commerce). De acordo com dados levantados em 2018 pela pesquisa “Webshoppers”, este segmento da economia movimentou nada menos que R$ 47,7 bilhões em 2017. Mais de R$ 47 bilhões movimentados de forma diretamente relacionada à conexão de Internet.


Efeitos da falta de conexão na saúde dos indivíduos

Não podemos subestimar, além dos problemas logísticos e sociais que seriam causados pela interrupção no fornecimento da conexão de Internet, os efeitos psicológicos e mentais que ela poderia provocar. Não é nenhuma novidade, por exemplo, que a forma como estamos extremamente conectados e muitas vezes até mesmo viciados no uso de dispositivos ligados à rede afetam o nosso cérebro de forma negativa. A dependência nestes dispositivos, quando realmente muito severa, pode causar diversos problemas de ordem mental, muitas vezes exigindo o tratamento inclusive com terapias. Já se fala até mesmo em abstinência de Internet.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Swansea, no Reino Unido, e na Universidade de Milão, na Itália, revelou que a privação da Internet em pessoas que costumam abusar do tempo conectado pode causar inclusive problemas de ordem fisiológica, como alterações na pressão sanguínea e no ritmo cardíaco. Imagine o que aconteceria com essas pessoas caso esta privação, hipoteticamente, fosse prolongada e por tempo indeterminado.


Um cenário nem tão imaginário assim

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Depois de analisar o que poderia acontecer caso a Internet deixasse de funcionar, talvez você esteja pensando que estas conjecturas não passam de mero exercício de ficção. Obviamente, as tecnologias disponíveis nos dão uma grande segurança de que, pelo menos com as ameaças que conhecemos atualmente, as chances de ficarmos totalmente sem Internet não é tão alta assim. Entretanto, os cientistas já reconhecem alguns cenários catastróficos que poderiam afetar a nossa conexão à rede.

As tempestades solares, por exemplo, são extremamente difíceis de serem previstas, e apesar de não afetarem diretamente a integridade da Terra, podem causar prejuízos de grande magnitude nos satélites e nas comunicações terrestres. Tais “tempestades” consistem no lançamento de plasma e descargas eletromagnéticas no espaço, podendo afetar equipamentos espaciais de suma importância para o funcionamento adequado da Internet e outros meios de comunicação. O problema é tão real que, em 2016, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, redigiu um decreto que solicitava a agências ligadas ao governo do país a criação de planos de emergência capazes de ajudar os EUA a driblar os potenciais danos de uma futura tempestade solar.

Os danos causados pelas tempestades, no entanto, não seriam necessariamente irreversíveis. Isso significa que apesar de podermos, em uma situação hipotética, sofrer com uma parada temporária do fornecimento da conexão, provavelmente a tempestade não provocaria um trágico fim definitivo da Internet.


E você, como conseguiria viver sem a Internet?

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